O Pensamento Reverso II

Juro que iria escrever sobre outra coisa e deixar esse assunto um pouco de lado, mas a indignação é tanta que falou mais alto. Primeiramente quero agradecer ao Chorão (meu mascote na hipotética campanha presidencial), a Grasi (tenho certeza que vai voltar por aqui para ler e comentar) e ao Mauro (esse não vacila, não) que enriqueceram meu blog com seus comentários. Agora tratarei do "pensamento reverso" mais perverso que me atormenta... a política brasileira!

Em breve estaremos vivenciando mais um período de campanha eleitoral, ou seja, nosso ouvido vira pinico de tanta balela que é falada para hangariar votos. Mas isso, na verdade, é consequência do pensamento reverso dos nossos políticos. Os nossos digníssimos políticos, em sua maioria, só pensam em estar no poder. Não que eles façam alguma coisa com isso, é mais para alimentar o ego e ter status. Chegam ao seu mandato para simplesmente estarem lá. Resolver problema que é bom, nada. Ou melhor, muito pouco. Se não fizerem nada mesmo, não serão reeleitos, então se obrigam a realizar qualquer coisa para depois se vangloriar dizendo que a fez. Não fazem tudo porque na próxima campanha não terão o que prometer. Aí está o pensamento reverso. Quanto mais se realiza, mais prestígio se tem. E não estou falando do chocolate. Mostrar que construiu uma escola, que qualificou algum serviço, que simplificou alguma burocracia e melhorou o dia-a-dia dos cidadãos tende a ganhar mais votos, além de contribuir para o desenvolvimento social. Se não render votos, pelo menos dorme com a consciência limpa e o sentimento de dever cumprido. Mesmo assim, muitos fazem as coisas pela metade ou com problemas para serem sanados no mandato seguinte. Como aquela história que a lâmpada foi feita para durar 10 anos, mas o "esperto ganancioso" vendo que não era rentável decidiu modificar e fazer com que ela durasse muito menos para vender mais exemplares. Eles procrastinam o desenvolvimento e reprimem o potencial que o Brasil tem de ser potência mundial. E não há exagero algum.

Ainda estamos falando no político individual, que não é muito. A parte mais suja do negócio estão nas alianças, verdadeiras quadrilhas, que brincam com a inocência (se preferir, leia-se burrice) do povo de acordo com seus interesses. Um cargo ali, uma maleta aqui, uma concessão pra mim, um benefício pra ele e assim nossos palácios, câmaras e sedes administrativas viram um grande picadeiro. Os palhaços fazem malabarismos com seus interesses e os bobocas burricos brasileiros ainda aplaudem. E nem acham um Sarney pra se coçar...

Falando em Sarney, você sabia que ele é senador pelo Amapá? Sim, o dono do Maranhão, também anda conquistando o Amapá. E pelo o que fiquei sabendo por conversas paralelas, se instalou no Amapá pelos benefícios e facilidades fronteiriços almejando contato com a Europa. Sim, ele também é dono de uma magnífico palácio em Portugal. E, para finalizar, é um imortal. Não, não é gremista (ainda se acham...). Ele ocupa a cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras. Sem falar que acabou de provar ser um ótimo pizzaiolo. Outra coisa intrigante é que cada estado tem 3 representantes no Senado, ou seja, a região Sul tem 9 senadores e a Nordeste tem 27... viu onde isso vai dar, coronel?

A educação é a chave de tudo. Programas voltados para a melhoria do ensino, qualificação dos professores e o aperfeiçoamento da estrutura física e curricular, além do incentivar agir e correr atrás do lucro (pois quem corre atrás do prejuízo tem que ter merda na cabeça) ajudariam a desenvolver a capacidade brasileira de crescer exponencialmente. Desta forma a sociedade tornar-se-ia mais politizada e menos suscetível as balelas eleitorais e cagadas nos mandatos. Agora me digam qual político está disposto a isso? Apenas os bons. Existem? Prefiro acreditar que sim. Contudo, o grande número de políticos maus faz com que os bons não queiram ou se afastem de atuar. Esses maus não entendem que, ser eleito por cidadãos politizados e intelectuais de uma nação potencialmente em desenvolvimento, é muito melhor e tem-se respaldo mundial que aquela Kombi cheia de eleitores semi-analfabetos felizes por ganharem um passeio. Comodismo do pensamento reverso...

Parafraseando Martin Luther King, "o que mais me assusta não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons". Por isso preste muita atenção nos políticos e principalmente na política em si. Não se deixe levar pelo pão e circo. Leia "O Príncipe" ao invés de "Quem Mexeu no Meu Queijo". Assista uns 15 minutos por semana da TV Senado para pelo menos ver quem são as figuras e o que eles falam.

PENSE, FALE, DISCUTA, CANTE, AJA...