Foi com essas palavras que Hugo Chávez descreveu no mês passado o clima na América do Sul. Existe um clima de instabilidade política no continente. Começa com o golpe em Honduras, em que Zelaya foi deposto pelos militares e iniciou toda essa novela qua ainda não acabou. Agora vem o Uribe negociando bases militares em território colombiano com os Estados Unidos, provocando um grande descontentamento dos países sul-americanos. Não bastasse isso, dois dias atrás o Senado brasileiro aprovou um empréstimo externo no valor de 6,08 bilhões de euros (R$ 16,2 bilhões) para a construção, em cooperação com a França, de cinco submarinos, incluindo um nuclear, e a compra de 50 helicópteros militares. Está sentindo o minuano?
Sinto um desconforto ao ver essas notícias correndo e a falta de comunicação entre os povos para resolver essa insegurança de um jeito pacífico, claro e aberto. A reunião da UNASUL que aconteceu em Bariloche foi algo engraçado de se ver. Uribe negava-se a falar sobre o acordo com os Estados Unidos e todos os outro presidentes recorriam para a utilização do Conselho de Defesa Sul-Americano para solucionar o problema do continente sem recorrer a qualquer exército do exterior para tal. Lula foi mais profundo e falou que não iria se resolver nada naquela reunião, pois estava sendo transmitida ao vivo para o público em geral, fazendo com que os chefes de Estado fossem cuidadosos com seus discursos e não aprofundassem e realmente dissessem o que tem em mente. Como está a brisa?
A grande jogada é do Império Estadunidense. Não é interessante para o Império a união da América do Sul, muito menos quanto a defesa. Querem acabar com a UNASUL, o Conselho de Defesa e a ALBA. Esse pacto com a Colômbia foi feito justamente para desestabilizar a união que vinha sendo construída. O impedimento da Venezuela e Bolívia de comprarem aviões e helicópteros brasileiros veio dos Estados Unidos. Dividir e conquistar. Eles querem continuar a ter o mundo em suas mãos. Os ingleses tem as Malvinas também. Fazer uma guerra na América do Sul não é tão difícil assim. Porém os interesses políticos devem ser muito bem trabalhados para que isto aconteça. O Brasil tem um grande acordo comercial militar com a França, por exemplo. Sem falar que nós temos o papel de mediadores em questões internacionais. Não podemos votar, mas nossa opinião é muito importante. Iniciar uma guerra com o Brasil é loucura. Então a saída é dar rasteiras para que continuemos no chão enquanto o Império tenta sustentar-se no alto.
Esse acordo do Uribe deve ser bom mesmo... pra não revelar as cláusulas e dispensar a ajuda de todos os países sul-americanos para resolver um problema do próprio continente... tem muuuuuuita coisa por trás dos panos e nas entrelinhas...
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